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em inconstante definição.

sábado, novembro 26, 2005

Les fleurs du mal

Le Vampire
"Toi qui, comme un coup de couteau,
Dans mon coeur plaintif es entrée;
Toi qui, forte comme un troupeau
De démons, vins, folle et parée,

De mon esprit humilié
Faire ton lit et ton domaine;
— Infâme à qui je suis lié
Comme le forçat à la chaîne,

Comme au jeu le joueur têtu,
Comme à la bouteille l'ivrogne,
Comme aux vermines la charogne
— Maudite, maudite sois-tu!

J'ai prié le glaive rapide
De conquérir ma liberté,
Et j'ai dit au poison perfide
De secourir ma lâcheté.

Hélas! le poison et le glaive
M'ont pris en dédain et m'ont dit:
"Tu n'es pas digne qu'on t'enlève
A ton esclavage maudit,

Imbécile! — de son empire
Si nos efforts te délivraient,
Tes baisers ressusciteraient
Le cadavre de ton vampire!"


Charles Baudelaire,alguém que dispenda apresentações....Esse é um dos poucos poemas que sei "de cabeça"..sou péssima pra decorar coisas, (talvez por isso eu não saiba contar histórias-a menos que as tenha criado- ou piadas).Não, não sei francês.Não,tbm não sei o poema em francês...Meu francês dá mal pra ir ao ChezMoi jogar sinuca...Antes que alguém peça,vou colocá-lo em português (a-ha, vou provar q sei o poema ipsi literis...hehe) Essa tradução é do Ivan Junqueira, a que eu gosto mais (bem, foi a primeira que li, numa ótima edição bilingue de "As Flores do Mal"), mas o certo é que ele encaixa, escolhe melhor as palavras e o poema fica sonoro, com ritmo e cadência, como tem que ser...

"Tu que, como uma punhalada,
Em meu coração penetraste,
Tu que, qual furiosa manada
De demônios, ardente, ousaste,
De meu espírito humilhado,

Fazer teu leito e possessão
- Infame à qual estou atado
Como o galé ao seu grilhão,
Como ao baralho o jogador,

Como à carniça ao parasita,
Como à garrafa ao bebedor
- Maldita sejas tu, maldita!
Supliquei ao gládio veloz

Que a liberdade me alcançasse,
E ao veneno, pérfido algoz,
Que a covardia me amparasse.
Ai de mim!

Com mofa e desdém,
Ambos me disseram então:
"Digno não és de que ninguém
Jamais te arranque a escravidão,
Imbecil! - se de teu retiro

Te libertássemos um dia,
Teu beijo ressuscitaria
O cadáver de teu vampiro!"

2 comentários:

Anônimo disse...

Eh amiga, parece que vc anda down...
Fiz um flog pra postar as fotos gaúchas!!!
Vai lá...
Bjs e saudades!

Anônimo disse...

Dedessinha, isso passa...lembra dakele poeminha de Mario Quintana q vc copiou pra mim?Sempre...
"Sou o dono dos tesouros perdidos no fundo do mar.
Só o que está perdido é nosso para sempre.
Nós só amamos os amigos mortos.
E só as amadas mortas amam eternamente."
qualquer coisa, vc sabe onde me encontrar