Sempre fico ansiosa pensando na ceia de natal. Bem, falar a verdade é preciso. Sempre, sempre não. Nos últimos 12 anos. É, acho que é isso. E é engraçado, por que não é por ser natal, é por cozinhar para pessoas de quem gosto. Ou talvez seja por cozinhar para quem gosto e por ser natal, a combinação de tudo isso e mais alguma coisa dessas que fica no ar... Eu perturbo semanas antes sobre a ceia quando sei que vou passar o natal na casa dos meus pais. Perturbo meu marido desde novembro quando vai ser na casa da mãe dele. Receitas, variações, ingredientes.
Esse ano será diferente por que provavelmente estarei sozinha. Sozinha, se eu não contar dois cães e dois gatos. Foi difícil decidir, mas resolvi cozinhar assim mesmo. Uma mini ceia com o pão anel de alho e especiarias que fazíamos sempre, pernil, aquela salada que-ninguém-vai-comer-mesmo. Escolhi um vinho para caso eu tenha vontade de vinho e uma IPA, por que acho mais conveniente. Acho até que vale a pena fazer bolo de limão com sementes de papoula. Meu bolo favorito e que nunca fiz só para mim. (Cozinhar é algo tão social, envolve doação, envolve ter mais alguém e nesses tempos sozinha em casa provavelmente eu viveria facilmente de ovos, sopinhas de pacote e latas de tomate pelado e milho verde. Provavelmente... se não fosse a Annie regulando minha vida alimentar).
Igor...Lembro que não ultrapassamos o limite máximo de dias sem estarmos juntos. Que te vi depois de um mês sem te ver e que em 4 dias fará um mês de novo. E ainda fará mais um mês antes que voltes, porque não acredito nessa tua vinda em janeiro. E sei lá o que me reserva fevereiro. Mas ainda é dezembro e consegui por uns enfeites tristes na porta.