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em inconstante definição.

terça-feira, outubro 24, 2006

"A renúncia é a libertação. Não querer é poder."


"A renúncia é a libertação. Não querer é poder." Fernando Pessoa, Livro do Desassossego
Nesses tempos, quando tudo me acontence às carreiras, perdi um dos hábitos da minha tosca imaginação: imaginar realidades alternativas. E assim, pesava minhas escolhas, a palavra solta, o que ficou preso, o não, o beijo, o telefonema que não dei, minha surdez ante os gritos da dúvida - quando duvidar ainda resultaria em sossego, em prece, em solução-, surdez também aos sinais de alerta, ao gesto que poderia ter mil sentidos e não vi nada. Daí, podia até lamentar-me pela esquina não dobrada, percorrida a rua rumo ao nada. Lamentar-me da impaciência, dos sentimentos incontidos, da não-tolerância e tudo que me turva o raciocínio. Lamentar-me de mim.
Passou. E agora, mesmo sabendo que tudo poderia ser diferente, me resigno não a fatos aleatórios ou ao destino, mas a força dos sonhos provavéis, desejos possíveis. Não mais querendo o que não posso ter. Não querer é libertar-se. Dos desejos, das vontades... Pena liberdade mesmo é algo que nem existe.

Um comentário:

Anônimo disse...

droga!!! tu me disse isso!!!!
droga!!!!
não precisava me fazer ler...

;-(

esse lance de liberdade parece com algo que estou lendo...

hum...