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em inconstante definição.

sexta-feira, outubro 13, 2006


Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.

Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.

As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.

Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.

Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.

A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.

Alvaro de Campos

Para nós, as não-bobinhas, quando -estarrecidas- rolamos de rir com tantos comentários infames e insanos blogs a fora.... É o amor, gente!

2 comentários:

Anna D'Castro... disse...

Lindo e sempre atual poema... Mas quem não gosta de trocar cartas de amor, mesmo sendo ridículas? Agora com o recurso da NET/MSN as trocas de "chamegos" de amor, são com 'emotions' que deliciam as 'tecladas' de Amor... Toda a forma de comunicação com Amor é deliciosamente 'ridícula'.(ai...ai...)
Adorei seu blog, voltarei mais vezes se me permitir, para ler mais profundamente, seus trabalhos.
Um beijo
Anna

Anônimo disse...

esse poema me faz lembrar de um passado meio mórbido da minha vida... mas as cartas de amor, por mais ridículas que sejam, são cartas... de amor
=O)
hehehehe
bjo