Wuthering Heights (O Morro dos Ventos Uivantes) é, sem dúvida, um dos livros que mais tive prazer em ler. Várias vezes. Tenho essa mania com o que gosto e só para quando estou assim íntima do livro.
Hoje, assisti um treinamento de qualquer coisa chata lá na Arquitetura e fui para a Poeme-se fazer hora depois do almoço. Eu ia muito lá. Adoro livrarias, "sebos" e bibliotecas. Simplesmente encantadores.
Eu procurava O Morro dos Ventos Uivantes.
Há quase 03 anos, fui a esse mesmo lugar com minha irmã. Procurando o mesmo livro. Presente para ela. Não qualquer "O Morro dos Ventos Uivantes", mas uma tradução especial, parte de uma antiga coleção de livros vermelhos com desenhos dourados na capa. E a encontramos! Foi a primeira tradução que nos li d'O Morro, há 11 anos. E para mim, a melhor delas (como disse, releio o que gosto). Era o que eu procurava dessa vez também e se há 03 anos a Poeme-se contava com várias edições do livro, o quadro agora era bem diferente. Só havia a da Martin Claret, que apesar dos meritos em tornar livros mais acessíveis, eu não recomendo muito quando já se teve os primeiros contatos com a obra e o que se quer é guardar e lembrar.
Lembrar... Havia um senhor já idoso por lá. Ele conversou muito conosco a respeito de livros que marcam por toda a vida.
E era assim.
"O Morro " parece Parnaíba e meu eu-adolescente que - dizem - mudou muito.
É cruzar a Praça da Graça rumo à Maçonaria, onde esses livros vermelhos moravam. Centro antigo. Prédios velhos, eu imaginava tudo aquilo há 50, 100 anos (imaginava também quem antes de mim lera aqueles livros).
De como as coisas mudam para o inesperado, já nem sei.
De como eu mudei, de como todas as minhas certezas mostraram-se bem diferentes do que seria, é dificil aceitar. Tanta coisa em minha cabeça e era apenas hora do almoço!
Há 03 anos, saimos da Poeme-se levando o livro desejado.
Agora, eu deixo pedacinhos que um dia fizeram parte de mim.