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em inconstante definição.

sexta-feira, novembro 23, 2007

Béébá

Na casa onde estou hospedada mora o Fábio. Ele tem 3 anos, é muito lindo, pergunta tanto que me deixa tonta e é a convivência mais próxima de uma criança depois que sou adulta. (estranho essa de "depois que sou adulta"-mas vá lá...tenho que admitir isso um dia). Ele é diferente do Guilherme - meu irmão...eu lembro dele da idade do Fábio...Sério demais, parecia um adulto em miniatura- em alguns pontos, como o fato de ser tagarela demais e adorar mesmo carinhos. Lembro que o Gui gostava de soldados e brincar com vários deles no chão, tanques, trincheiras e guerras imaginárias. Com o Fábio, são os carros...Ele ganha um carro novo, brinca, brinca, mas não esquece os velhos: de vez em quando faz uma repescagem.
Fábio e eu temos uma convivência amigável, escovamos os dentes juntos todas as noites, conto historinhas antes de dormir e ele fala de mim- e dos carros -nas orações ao Papai do céu e para a tia da escola.Claro que, como toda criança vista por adultos que não são pais, Fábio tem coisas estranhas. Acho que deve ser falta de costume no trato com guris, mas que são estranhas são. Tipo a Béébá.
A Béébá é a amiguinha do Fábio que mora no ventilador. A princípio, claro, não fiquei nem um pouco confortável com essa história. Destesto essa de amigos imaginários, apesar de, na idade dele, eu já ter tido minha própria cota dessas coisas.Ele conversa horas com a Béébá conta coisas da escola, fica quietinho como se escutasse as respostas a tudo aquilo que pergunta, deitadinho no cama, em frente ao ventilador ligado. Quando eu chego ele pára, quando é a mãe ele, continua. Outro dia, ele não percebeu que eu estava lá e entrou falando alto "Béébá, o que ..." parou assim que me viu. E fingiu que não era nada. Uma vez, chegou até a nos confundir, falou comigo chamado de Béébá, e depois disse: "oou, Andressa...".
:D

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