E Novembro não trouxe a morte nem qualquer libertação. Apenas passou.
Foram semanas forasteiras.
Dos dias, pouco lembro... Alguns na cama, sem ter muitos porquês para levantar e me entulhando de trabalho até o Natal. Outros, fui de má vontade por aí, equilibrando-me para continuar de pé.
Nas noites, uma a uma, vi o céu em todos os seus nuances – azul, negro, chumbo. O escuro e as estrelas. O escuro e o nada. Segui o caminhar da lua durante o mês: quando era só um pedaço amarelo e minguado escondido entre as nuvens- igual a mim. Cresceu, cresceu, voltou Cibele, cheia e fértil - e eu ainda estava a lhe observar. Tanta solidão na Terra que nessas noites quentes, só existiam ela e eu.
Mesmo o Tempo, deus impiedoso, estagnado e célere, deixou-me tão alheia à realidade que contei meus dias pela cartela de um remédio de irrevogável uso diário, meu único contato com a Sua passagem.
Cansou-me.
Mas hoje é o ultimo! Brindo assim a esse término-e-tão-bom-começo.