Resolvi em cima da hora ( pra ser mais exata,1 dia antes) ir ao congresso de Medicina Tropical, em Teresina, bem aqui ao lado.E eram só 5 dias.O problema é que eu estava 12 dias ausente (bem mais distante e eu estava em casa há apenas 9 dias), por isso meu pai não estava tão disposto a aceitar essas minhas decisões de "viver no mundo", como ele costuma dizer. Nós passamos pouco tempo juntos esse mês:quando eu ficava em casa era ele a não estar.
Havia marcado para sair de São Luis às 9 hs de sábado. Cheguei em casa 23 hs e um pouquinho na sexta e ele estava( depois de uma semana fora).Não reclamou, apenas me deu um beijinho e conversamos sobre o que ele fez quando estava fora .
Acordei muito cedo, ainda haviam as malas pra arrumar.Meu pai foi comprar pão e preparar nosso café da manhã(eu nunca compro pão, não gosto muito.E o pão que faço sai uma pedra,nas festas de fim de ano pude ver que não há jeito). Quando consegui terminar, papai tinha a mesa posta com coisas típicas daqui do Nordeste que ele gosta muito:canjica e bolo de macaxeira, além de um pão quentinho, derretendo a manteiga.E havia prepado chocolate quente para nós.Eu amo bolo de macaxeira e comentei que aquele estava muito bom.Meu pai provou e comentou:
_Ah, é porque você não lembra dos que eu fazia quando você era criança, Dedinhos de Iaiá...
Lembro de minha mãe falando que ele a havia ensinado a fazer bolo, já comi caruru e camarão que ele fez, mas bolo, eu não lembro ...Ainda mais desses "dedinhos"...
_Por que Dedinhos de Iaiá?É o nome do bolo?
Meu pai não costuma falar muito sobre sua infância ou adolescência.Minha avó era nossa única "fonte de informação".Mas nessa manhã ele falou. Iaiá era uma mulher que fazia bolinhos de macaxeira para meu pai quando ele era bem criança.Por isso ele chamava bolo de macaxeira assim, mas não havia nenhum tão bom quanto o dela.E era essa a receita que ele aprendeu, de tanto vê-la fazer e os fazia quando eu era criança e que hoje não lembrava mais da receita.E principiou a descrever como a dona da receita o fazia, a textura e sabor do bolo, e achei ter gosto de infância(Havia um tom tão saudoso e apaixonado em sua voz que meus olhos marejaram).
Há dias em que tenho a certeza de que vivi muito, 24 anos é muito tempo e estou quase fazendo 25, o que, pelas estatísticas, pode ser a metade dos meus dias.Por vezes invejo a serenidade do meu pai com relação a isso.Ele tem quase 3 vezes minha idade e faz planos como se fosse viver até os 200 anos.Nunca o vi dizer que algo não era para a idade dele ou tratar a vida com menos vigor.O que eu sinto por ele passa perto da adoração(mamãe sempre diz que da parte dele também é algo assim).Mas vivemos divergindo em vários aspectos ,detesto quando ele discorda comigo e sei que é mútuo. Não gosto nem de pensar na vida sem meu pai.
Não dá para encontrar a receita dos tais dedinhos mas tentarei achar algo parecido... ( o que não será fácil pelas minhas aptidões na cozinha...Ainda bem que meu pai gosta de qualquer coisa que faço.. :)
Havia marcado para sair de São Luis às 9 hs de sábado. Cheguei em casa 23 hs e um pouquinho na sexta e ele estava( depois de uma semana fora).Não reclamou, apenas me deu um beijinho e conversamos sobre o que ele fez quando estava fora .
Acordei muito cedo, ainda haviam as malas pra arrumar.Meu pai foi comprar pão e preparar nosso café da manhã(eu nunca compro pão, não gosto muito.E o pão que faço sai uma pedra,nas festas de fim de ano pude ver que não há jeito). Quando consegui terminar, papai tinha a mesa posta com coisas típicas daqui do Nordeste que ele gosta muito:canjica e bolo de macaxeira, além de um pão quentinho, derretendo a manteiga.E havia prepado chocolate quente para nós.Eu amo bolo de macaxeira e comentei que aquele estava muito bom.Meu pai provou e comentou:
_Ah, é porque você não lembra dos que eu fazia quando você era criança, Dedinhos de Iaiá...
Lembro de minha mãe falando que ele a havia ensinado a fazer bolo, já comi caruru e camarão que ele fez, mas bolo, eu não lembro ...Ainda mais desses "dedinhos"...
_Por que Dedinhos de Iaiá?É o nome do bolo?
Meu pai não costuma falar muito sobre sua infância ou adolescência.Minha avó era nossa única "fonte de informação".Mas nessa manhã ele falou. Iaiá era uma mulher que fazia bolinhos de macaxeira para meu pai quando ele era bem criança.Por isso ele chamava bolo de macaxeira assim, mas não havia nenhum tão bom quanto o dela.E era essa a receita que ele aprendeu, de tanto vê-la fazer e os fazia quando eu era criança e que hoje não lembrava mais da receita.E principiou a descrever como a dona da receita o fazia, a textura e sabor do bolo, e achei ter gosto de infância(Havia um tom tão saudoso e apaixonado em sua voz que meus olhos marejaram).
Há dias em que tenho a certeza de que vivi muito, 24 anos é muito tempo e estou quase fazendo 25, o que, pelas estatísticas, pode ser a metade dos meus dias.Por vezes invejo a serenidade do meu pai com relação a isso.Ele tem quase 3 vezes minha idade e faz planos como se fosse viver até os 200 anos.Nunca o vi dizer que algo não era para a idade dele ou tratar a vida com menos vigor.O que eu sinto por ele passa perto da adoração(mamãe sempre diz que da parte dele também é algo assim).Mas vivemos divergindo em vários aspectos ,detesto quando ele discorda comigo e sei que é mútuo. Não gosto nem de pensar na vida sem meu pai.
Não dá para encontrar a receita dos tais dedinhos mas tentarei achar algo parecido... ( o que não será fácil pelas minhas aptidões na cozinha...Ainda bem que meu pai gosta de qualquer coisa que faço.. :)
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