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em inconstante definição.

segunda-feira, dezembro 29, 2008

Para um dia sem sol I


Não são trocas. Não foram trocas. Nunca é questão disso. Esqueça. Viva o tempo em que acorda a vontade de resolver as coisas, coisas que já se sabia antes! Coisas que não fazem mais sentido. Não do jeito que faziam antes. Não de jeito algum. Dias e dias. Daí, de repente, me dou conta do que acontece. É como se eu estivesse congelada ali e não é isso quero: parar e ser igual. Um medo assolador do que persiste, das eternidades e rotinas, da estase de viver o mesmo dia, o mesmo (des)gosto, os mesmos dentes, o mesmo sonho, a mesma luz ao fim do túnel, o mesmo pesadelo. Medo do mesmo. Por vezes cruel, sempre avisei. É brincadeira? Devo acreditar? Posso crer em sentimentos tão elevados a ponto de fingir que valerá mesmo assim ou não ter receio do que possa acontecer? Nunca é, não é nada disso. E a manhã chega e o sol cega, mesmo que a verdade se mostre muito bem no escuro. Pensando bem, é a lua. Preciso sempre olhar o céu para ver exatamente onde está, suas horas e guias. Se observo com atenção, posso prever tudo isso. Porém de que valerá toda essa anunciação se irei perder-me todas as noites, esperar, enlevada, tendo como norte apenas seu signo mas não seu significado? Se a escolha foi andar desatento, não maldiga o buraco em que caiu.

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